quinta-feira, 21 de julho de 2011

Tecnologi@ na Educação Infantil

Por Berta Biondi*

O mundo mudou – e isto é especialmente verdade quando falamos do mundo da Educação Infantil. Os adultos que são, hoje, pais de alunos, muitas vezes não se lembram (nem querem lembrar) de como aprenderam em suas escolas do passado. Importa, para eles, que seus filhos tenham uma educação diferente, “moderna” – palavra proferida pela maioria deles como grande diferencial. Ao escolher uma escola para os seus pequenos, os pais querem saber se são oferecidas aulas de informática, se são utilizados recursos multimídia, se são feitos projetos especiais (envolvendo culinária, economia doméstica, teatro, entre outros). Se os filhos não estão sendo preparados para o mercado – este da agilidade, da alta tecnologia, “do futuro” – os pais não aceitam a falta desta que seria uma grande ferramenta educacional: a tecnologia.

A palavra “tecnologia” pode ser compreendida de várias formas. Entendamos, aqui, tecnologia como algo amplo, significando qualquer técnica ou método criados pelo homem para tornar mais fácil a sua vida. A tecnologia, neste sentido, está longe de ser algo novo - ela existe há quase tanto tempo quanto o próprio homem. As tecnologias criadas para aumentar a força ou a capacidade de locomoção humanas não são de fundamental relevância para a Educação. Nosso foco está naquelas técnicas que permitem uma evolução em termos de comunicação, interação e/ou intelectualização.

É importante salientar que, em termos de tecnologia na área da Educação, livros, revistas e currículos também são ferramentas técnicas e tecnológicas que vêm sendo usadas na educação há séculos. Porém, normalmente, quando usamos a expressão “Tecnologia na Educação”, pensa-se, diretamente, no computador - que foi, de fato, durante muito tempo, o ponto máximo da tecnologia acessível. Com a popularização da internet, no entanto, os computadores já não são mais aparelhos valiosos em si: o que vale, agora, é a rede de informação criada e desenvolvida através deles. Esta nova ferramenta chegou para agregar valor às aulas, uma vez que, através dos computadores, complementamos nossos pensamentos, expandimos a visão de mundo dos nossos alunos, simulamos contextos e ambientes, adquirimos mais conteúdos de forma rápida e temos a possibilidade de experimentar diversas atividades.

Segundo a Pedagogia Waldorf, em seus primeiros anos, a criança está aberta ao ambiente e individualizando seu querer. Nesta fase, a educação deve se basear no contato com a realidade, na imitação e na fantasia. Quando uma criança ouve uma história, ela cria imagens mentais daquilo que está sendo contado. Essa história pode vir de um livro, lido por um dos pais, ou, igualmente, de um computador ou quadro interativo. Devemos compreender como Tecnologia na Educação precisamente os recursos multimídia e audiovisuais que serão usados pelo professor como ferramentas para auxiliar e consolidar as aulas planejadas. Estes aparelhos cumprem, ainda, um papel bastante justo, em sala de aula, além de trabalhar conteúdos: o de divertir.

É preciso lembrar, no entanto, que a utilização das novas tecnologias não garante, por si, a aprendizagem. A introdução desses recursos precisa ser acompanhada de uma qualificação superior dos professores, até para que eles possam utilizá-los de forma responsável e com potencialidades pedagógicas. Neste mundo que mudou, em que as escolas não são mais as mesmas e mudaram, também, os alunos, os professores são obrigados a evoluir, diariamente. O que não muda - e nunca mudará - é o fato de pais e responsáveis quererem sempre o melhor para as suas crianças. Para este fim, antes de perguntar sobre os recursos tecnológicos utilizados por uma escola, é preciso saber quem os utilizará. A Tecnologia na Educação chega, sem dúvidas, para incrementar o desenvolvimento e o aprendizado das crianças – que continuam precisando da mesma atenção e do mesmo carinho, seja na escola ou em casa. Bons alunos não são os aprendem mais rápido, de maneira mais aprofundada ou manuseiam melhor os aparelhos eletrônicos. Bons alunos são, hoje, aqueles que, simplesmente, entendem o mundo que os rodeia e estão preparados para viver nele da melhor maneira possível.

*Berta Biondi é coordenadora pedagógica da escola bilíngue Eccoprime, em Pernambuco. Com formação acadêmica em Letras pela Universidade Católica de Pernambuco e experiência profissional no Brasil, nos Estados Unidos e na Austrália, atua, também, como treinadora e facilitadora de workshops de técnicas de ensino de inglês como segunda língua.

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