segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A hora de deixar a chupeta


Muito cedo os bebês começam a ter costume de chupar chupeta ou o polegar, posteriormente, a medida que o tempo passa e seu universo vai se ampliando, a criança foca sua atenção em outras coisas novas e vai abandonando o interesse pela sucção. Muitas crianças perdem o hábito por iniciativa própria. Outras, no entanto, continuam tão apegados a sua chupeta ou polegar como no primeiro dia. Esse comportamento pode se dar por vários motivos: a criança não tenha aceito bem o desmame; seja emocionalmente insegura; sinta ciúmes da chegada de um novo irmãozinho ou também tenha tanto prazer na sucção que não quer mais abandonar esse costume.

Ainda que seja desejável que a criança pare com esse hábito até mais ou menos os 2 anos e meio de idade, não pode ser feito drasticamente. È preferível agir com cautela e inteligência, fazendo o possível para distraí-la com outras coisas, sempre com habilidade e conseguindo pouco a pouco que a criança vá usando cada vez menos a chupeta, sem perceber, até o momento que deixe totalmente de precisar dela.

Juliana Nigro - Psicóloga da Eccoprime

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Inclusão

"Não pretendo elencar tipos de necessidades específicas, nem entrar no mérito de discutir o que é evidente; a inclusão já faz parte da sociedade no que diz respeito à dimensão política, tendo em vista as leis e outros documentos que vem regulamentando essa realidade, como é o caso da Lei de Diretrizes e Bases (1996) e da Declaração de Salamanca (1994).

Aqui, o propósito é refletir a respeito de como esse fato está sendo levado a se processar no comportamento das pessoas. Para tanto, o conceito de inclusão nos serve como bússola, procurando articular a correlação entre a compreensão desse conceito e sua configuração na prática.

Mas o que é incluir? É não colocar a diferença em questão. Não é ignorar que temos diferenças, porque todos nós temos. É perceber a diversidade como uma característica natural de cada um, em vez de fazer disso um parâmetro para definir o que é normal e anormal. Pressupõe estarmos em pé de igualdade uns com os outros. E da consciência dessa equidade derivam dois aspectos: desfazer alguns costumes e preparar o espaço físico adequando-o de maneira que todas as pessoas tenham acesso ao que a sociedade oferece e que nos é de direito: saúde, educação, transporte, trabalho, etc.

A educação inclusiva, por tanto, diz respeito à mudança de atitudes, e, neste sentido, me refiro a formas de pensar que não interagem com o presente, enraizadas em contextos históricos e ideológicos de outras épocas, e que se reflete na sociedade como um todo. Não é mais aceitável, hoje, por exemplo, confundir deficiência com impossibilidade. Isso é questionável. Ainda mais quando pensamos na tecnologia disponível.

Uma pessoa cega é capaz de atravessar, sozinha, um cruzamento? Sim. Vai depender da estrutura arquitetônica e não especificamente da deficiência: sinalizações táteis disponíveis no chão indicando sentidos e acessos, semáforos com dispositivos de áudio que indiquem a abertura e o fechamento destes, bem como o tempo para a travessia do pedestre, etc.

Assim também, a distância entre a cegueira e a possibilidade de aprendizado de um aluno cego, está na preparação do ambiente físico para recebê-lo, na qualificação do profissional, na metodologia e material didático utilizado para que o conhecimento chegue até ele.

Imagine um prédio de seis andares construído sem elevador. Quem vai preferir morar no sexto? Mesmo para uma pessoa que não tem deficiência, isso se torna inviável, até para um atleta, pois não envolve apenas subir e descer. Não faz sentido construir, atualmente, um edifício nestas condições, como não faz sentido a falta de acesso e oportunidade para todas as pessoas, isto é diretamente proporcional e independe de percentual. Tanto faz se as pessoas com deficiência representam 1% ou 10% da população. A estrutura precisa se adequar às especificidades das pessoas e não o contrário.

Esperar que o indivíduo se adéqüe as condições é um juízo que não procura incluir, além de ignorar o salto que a humanidade deu ao longo dos anos. Hoje, diante de uma sociedade globalizada, que passa constantemente por mudanças tecnológicas, científicas e ambientais, inserida num contexto dinâmico, a escola é também vista numa perspectiva política e social como sendo propulsora da cidadania e do desenvolvimento.

Neste sentido, o papel do educador é não apenas trazer para dentro da comunidade escolar o debate a este respeito, mas principalmente extrapolar os muros da escola levando esta formação a formar a ação, oferecendo, com isto, sustentação ao desenvolvimento de uma cultura de inclusão que considere a pessoa humana com deficiência em todas as suas potencialidades."

Texto adaptado da Monografia de Raquel Vasconcelos. Pedagoga e Professora da Eccoprime.