quarta-feira, 16 de maio de 2012

Papel semente

Esta é uma ideia que adotamos desde os primeiros dias da escola. Diferente, divertido e principalmente ecológico o papel semente desperta a curiosidade e aproxima as pessoas do meio ambiente.

Produzidos com pasta base originada da coleta seletiva de papéis recicláveis, ele é processado de forma artesanal, e não vira lixo após sua utilização. Ao usar esse produto, contribuímos ainda com a redução do carbono na atmosfera.

Original, desperta a curiosidade e leva a maioria dos que o recebem a seguirem o passo a passo de como plantá-lo, fazendo assim brotar uma plantinha. Distribuídos em caixinhas com os pilares de nossa escola: sustentabilidade, bilinguismo, pedagogia e cristianismo, o papel reforça o nosso compromisso atemporal com o meio ambiente e estimula a adoção de medidas sustentáveis.

 Curioso? Visite a nossa escola e solicite a sua caixinha.

 Be Eccoprime: recycle, reuse, reduce and rethink!

terça-feira, 8 de maio de 2012

Por que optar por uma Educação Bilíngue?

As escolas bilíngues estão cada vez mais populares em nosso país. Mas quais as principais vantagens e desvantagens que esse tipo de educação oferece às nossas crianças?
Acreditava-se, entre 1920 e 1960, que a exposição a duas ou mais línguas, nos primeiros anos de vida, poderia vir a ser prejudicial ao desenvolvimento de uma criança. Este mito foi derrubado através de estudos e pesquisas realizados em países como os Estados Unidos, onde filhos e netos de imigrantes frequentavam escolas onde a língua utilizada era a língua daquele país (inglês), diferentemente da língua utilizada em casa pelos seus familiares (espanhol, chinês)  e em países como  Canadá, Irlanda e País de Gales, onde duas línguas são utilizadas pelas escolas e comunidades. Entende-se portanto, que realmente não há “desvantagens” em ser bilíngue ou ser alfabetizado em duas línguas simultaneamente. Existem na verdade, inúmeros benefícios, que permeiam pelo menos duas categorias: benefícios cognitivos (linguístico e lógico matemático) e de âmbito social e emocional.
O processo da alfabetização pode parecer simples para nós pais e educadores, mas este não é nada fácil para nossos filhos e alunos.  As crianças sentem dificuldade em entender como as letras funcionam, suas grafias e sons. Para as crianças, não existem elementos que relacionem esses símbolos (letras) de forma lógica com o mundo concreto. Baker (2000) afirma que crianças que são expostas a duas línguas se deparam com dois ou mais significantes para o mesmo significado, ou seja, elas aprendem dois “nomes” para um só objeto, animal, cor etc... Essa exposição que acontece na educação bilíngue liberta a criança das limitações e amarras linguísticas e proporciona um pensamento menos engessado, maleável, fazendo com que a criança perceba que objetos pequenos não precisam necessariamente de nomes pequenos  e objetos grandes de nomes grandes, mas que podem ser representados tanto por palavras grandes, quanto por palavras pequenas, porque não há uma relação lógica entre o objeto e a sua representação (ex. Cachorro,dog; árvore ,tree; formiga, ant). Segundo Lemle (1999), é justamente o entendimento dessa arbitrariedade simbólica, ou seja, a não- relação entre nomes e objetos,  que ajudará nesse processo de alfabetização.
Outro ponto positivo na educação bilíngue é que as crianças podem desenvolver  habilidades lógico-matemáticas e de resolução de problemas com mais rapidez. Isso não quer dizer que crianças bilíngues são mais inteligentes, mas diz respeito à velocidade com que as informações são processadas em seus cérebros. A psicologia cognitiva afirma que a nossa mente é como um grande processador de informações. Estas podem ser processadas de duas formas: automaticamente (quando se “super-aprende” uma tarefa através de repetições, por exemplo: calçar os sapatos aos 30 anos quando se aprendeu a fazê-lo na infância) ou de maneira controlada (atividades mais complexas, como resolver uma equação matemática). Esse processamento controlado acontece em uma região específica do cérebro, quando se faz necessário planejar e monitorar a execução de todos os passos até que se chegue ao resultado. Esse gerenciamento e processamento de funções controladas são as “funções executivas” . Portanto será mais fácil para o bilíngue aprender e executar tarefas controladas como: resolver uma equação, entender um problema matemático, por causa da quantidade de ligações nervosas adquiridas quando se apreende uma segunda língua nos primeiros anos de vida. É como se o “gerente” do cérebro bilíngue fosse mais atento, mais eficaz e mais preciso em suas funções.

Além de fatores cognitivos, benefícios sócio-emocionais também são observados em pessoas bilíngues. Scott (1973), realizou pesquisas em Montreal, Canadá, com pessoas fluentes em inglês e francês, e observou uma maior facilidade para reconhecer e adaptar-se às diferenças, além de maior tendência à integração em equipes, a criatividade, inovação e reorganização de informações. Quando expostas a outras culturas e tradições, por conta de uma segunda língua, os indivíduos tornam-se acima de tudo mais tolerantes, interagindo melhor em suas comunidades, e tornam-se cidadãos do mundo.

Portanto, a educação bilíngue vai muito além da ideia do “Status” que parece ter em nosso país. Recentemente, participando da 41st NABE Conference em Dallas, nós da Eccoprime, pudemos participar de workshops e palestras, onde a importância da exposição à segunda língua nos primeiros anos de vida e da alfabetização simultânea que acontece em ambiente escolar bilíngue foram ressaltada como fundamentais para a formação de indivíduos completos e conscientes, que respeitam tanto a sua própria cultura quanto a de outros países e povos, além de proporcionar aos alunos diversas formas de desenvolvimento cognitivo.
Para aqueles pais que desejam investir em uma educação ampla e de qualidade para seus filhos, fica a dica!


Manuella Farias, Pedagoga, professora e coordenadora na Eccoprime